Meus nacionais preferidos

Eu simplesmente amo livros nacionais. Nosso país também tem muitos escritores talentosos, viu? Então confira comigo meus nacionais prediletos!


1. Uma Herança de Amor - Lycia Barros




Sem palavras para essa trilogia. Encontrei por acaso o volume 1 em uma livraria e simplesmente me apaixonei pelos personagens, pela escrita da autora, pelo cenário, por tudo! E quando soube que tinha continuação eu não perdi tempo e fui atrás dos outros livros.

O primeiro livro conta a história de Amanda, uma garota atraente, destemida e, muitas vezes, perigosa. Ela perdeu o pai quando era criança e cresceu sem nenhum contato com a mãe, de quem tem muitas mágoas. Ela não sabe o que houve de fato com o pai, mas sabe que a mãe está envolvida. Quando sua avó, que foi quem a criou, falece, esta deixa como condição para que Amanda tome posse da herança que ela passe um tempo com a mãe para descobrir toda a verdade e enfrentar seus medos, suas dores e superar mágoas. Além disso, ela se apaixona, o que, definitivamente, não estava em seus planos. 
Esse livro é fantástico! Amei mesmo, super cativante. Enquanto o primeiro conta a história de Amanda, o segundo conta a do Rafael, um dos personagens secundários, e o terceiro da Ivy, a irmãzinha de Amanda que era uma menina no primeiro livro e no terceiro, vira uma mulher. Indico a todos, uma verdadeira lição sobre perdão.


2. Azul Da Cor Do Mar - Marina Carvalho


Que amor, esse livro, hein? Amei do início ao fim! E muitas vezes me peguei rindo sozinha no desenrolar dessa história cativante!
Quando Rafaela Vilas Boas tinha lá seus doze anos, quando passava as férias em uma casa de veraneio na praia, ela avistou um garoto e nunca mais conseguiu esquecer essa figura.
Ela cresceu escrevendo coisas para ele, sem saber seu nome, onde morava, o que fazia ali, nem ao menos porque ele mexeu tanto com ela.
Quando já adulta, Rafaela se torna estudante de jornalismo e recebe uma oportunidade incrível:
Um estágio em um dos maiores jornais do estado.
Parece que tudo vai bem, até ela descobrir que não se dá muito bem com seu mentor, Bernardo.
Um homem lindo, charmoso, atraente... Ah, Rafa, vai dizer que não suporta o cara quando na verdade acha ele um gato? Conta outra, vai!
A narrativa é ótima, muito extrovertida, e os diálogos muito engraçados. Rafaela é daquele tipo de menina atrapalhada e que se mete em cada uma... Não é à toa que esse é uma dos meus livros nacionais favoritos, todos deveriam ler!



3. O Último Homem Do Mundo - Tais Cortez


Fazia muito tempo que eu não lia uma história tão engraçada e romântica ao mesmo tempo.
Esse foi outro livro que encontrei por acaso em uma livraria da minha cidade, e confesso que a capa me chamou mais a atenção do que a sinopse. Mas quando fui ler... Ai, que romance fofo, gente.
O Último Homem Do Mundo é um daqueles livros que você devora em uma só tarde, se apaixona pelos personagens e não quer que ele acabe nunca. Sim, isso aconteceu comigo. 
Amanda é uma adolescente muito rebelde. Filha de uma atriz mundialmente conhecida, ela sempre alega não ter o carinho e a atenção da mãe, o que não dá em outra coisa: expulsões de todos os colégios em que a mãe a matriculou.
Até que ela é matriculada no colégio interno Educação de Elite, onde só estudam as pessoas da alta sociedade. Determinada a ser expulsa mais uma vez, Amanda logo tenta arranjar confusão na escola. E como se não bastasse não conseguir atingir seus objetivos, ainda surge alguém para importuná-la ainda mais: O lindo, garanhão, pegador, muito, muito charmoso: Ricardo.
Me peguei várias vezes sorrindo todas as vezes que eles brigavam. O engraçado é que Amanda e Ricardo me lembraram muito Malu e Rafael, do meu livro, Destino ou Acaso. Adoooro essas relações de amor e ódio, deixa o romance muito mais instigante haha.


Então, pessoal, obrigada por terem lido o post, deixem um comentário aqui embaixo com os três livros nacionais preferidos de vocês! Responderei todos! Beijinhos, e até a próxima ;)

Resenha Um Mais Um - Jojo Moyes



Hoje vim falar de um livro absolutamente cativante a adorável.
Quem me conhece bem, sabe que sou fã da Jojo Moyes, e sempre que estou sem inspiração para escrever algo, é só ler algum livro dela, que logo eu sei como arranjar as palavras, assim como ela faz.
Um Mais Um é diferente dos demais livros da autora. Os outros são puro romance e, é claro, também apaixonantes. Entretanto, Um Mais Um veio inovando um novo estilo adotado pela autora: O Chick Lit.
A vida de Jess Thomas não está fácil. Mãe, divorciada e ainda se vira nos trinta com dois empregos para garantir o bem-estar da filha e do enteado. A menina, chamada de Tanzie, tem uma grande atração por números, um talento absurdo para lidar com eles e, como consequência, uma das alunas com a nota máxima em matemática da sua turma. O enteado de Jess se chama Nicky e tem problemas com alguns colegas da escola, e já foi algumas vezes agredido por alguns deles. Além dos três, há um cachorro, o Norman, que é o fiel companheiro de Tanzie.
Paralelo a isso, Ed Nicholls é um homem rico e poderoso. Tem uma reserva orçamentada em alguns milhões de doláres por ser um promissor empresário no ramo da tecnologia. Entretanto, após um erro que poderia custar sua liberdade, ele começa a ver sua carreira afundar ao ser processado por uso de informações privilegiadas.
Jess e Ed finalmente têm seus caminhos cruzados, e têm tudo para darem errado. Ela, uma mulher falida. Ele, prestes a ser julgado e, talvez, condenado.
 Mas um fato, que não era esperado por nenhum dos dois, os leva junto com Tanzie, Nicky e o cachorro Norman numa aventura até a Escócia. Uma viagem improvável, meio louca e muito, muito engraçada.
Aos poucos vamos nos interessando pela história dessa família e do Ed, e aos poucos vamos nos apaixonando por ele e por Jess. Somente lá pelo meio do livro descobri o porquê desse título. O que só me fez o amar ainda mais!
A escrita é excelente, Jojo Moyes sabe prender o leitor à narrativa como só ela o sabe fazer. Diálogos cheios de sentimento, descrições minuciosas e personagens apaixonantes. Amei o enredo do início ao fim. A única coisa de que não gostei muito foi a capa, acho que poderia ser uma mais atrativa.
Espero que tenham gostado da resenha, sou um pouco suspeita para falar dessa autora, porque ela é uma das minhas preferidas. Mas podem confiar, Seus livros são maravilhosos. Beijinhos, até mais!
























































Esqueceu-se de mim

Já estavam na terceira partida de damas e a chuva ainda caía forte lá fora. Ela podia escutar os volumosos pingos que batiam nas janelas do seu apartamento sem piedade. Por um segundo, percebeu que os sons do tique-taque do relógio juntamente com o barulho ritmado da chuva formavam uma melodia lenta e serena, que seria perfeita para a ocasião. Ela era romântica de indecisa. Quarenta e nove por cento romântica, cinquenta e um por cento indecisa. Enquanto o melhor amigo analisava qual peça iria mexer, ela se pegou pensando se era a hora de dizer toda a verdade. Talvez fosse. Afinal, há muito tempo ela ensaiava como iria dizer a ele. E se estragasse a amizade por isso? Mas, e se ele sentisse o mesmo que ela? Na verdade, pensou, ela devia ser um por cento romântica e noventa e nove por cento indecisa.
- Rá! Ganhei de novo! – ele bateu a mão na mesa, enquanto ria da expressão que ela fez.
Ela encarou o tabuleiro sem acreditar.
- Mas eu estava ganhando! Eu tinha duas damas e você nenhuma! Como fez isso?
- Eu me garanto. – começou a reorganizar as peças para uma quarta partida. – o que você tem? Está distraída...
Ela piscou, ficando ereta na cadeira. Não podia revelar o motivo... Não queria, na verdade. Por um segundo, quis dizer logo tudo o que sentia só para ver a reação dele.
- Só estou preocupada com essa chuva... – preferiu assim justificar.
- Arrã. Sei... Você está é apaixonada.
Apaixonada. Nossa, a palavra bateu em cheio no peito dela, e logo depois começou as bochechas arderem. Sim, por você, as palavras ecoaram dentro da sua cabeça.
- Você está louco? Eu? Apaixonada?
- Pode falar – ele disse, estreitando olhar e debruçando-se sobre o tampo de vidro da mesa – Eu sou seu melhor amigo, lembra?
Sim. Infelizmente é só meu amigo.
- Para. Eu não estou apaixonada por ninguém.
Então, tão repentinamente como veio, a chuva se foi, dando lugar a um chuvisco tranquilo, mas ainda assim com gotas que faziam um certo barulho.
- Bom, está na minha hora – ele olhou rapidamente o relógio prata antes de fazer menção de se levantar.
Por favor, não vá.
- Você é muito grudento – ela deu um tapa no braço dele – está aqui desde as duas da tarde, e eu tenho milhões de coisas para fazer.
- Me ame menos, por favor. – ele pediu brincalhão, enquanto era acompanhado por ela até a porta.
Bem que eu queria te amar menos. Bem que eu queria não te amar de jeito nenhum. Isso me tortura, só quero ter certeza de que sente o mesmo que eu.
Quando parou diante da porta e a abriu, ele virou-se para ela, checando os bolsos freneticamente.
- Ei, eu esqueci minhas chaves aí?
Meu Deus, os olhos dele a hipnotizavam de um jeito até assustador, aquele verde água infinito... E a voz? A voz parecia uma música de tão linda. Ela teve que apertar a maçaneta da porta com força para se concentrar no que ele dizia.
- Olha lá pra mim, por favor. Acho que deixei minhas chaves em algum lugar aí.
As palavras quase voaram da garganta dela, exprimindo todos os sentimentos, todos os pensamentos. Não havia ninguém no corredor, seria o momento certo para se declarar.
- É sério. Estou atrasado. – ele chegou mais perto, sacudindo-a pelos ombros.
Que droga, ela pensou, ele iria acabar percebendo que havia algo de errado.
- Desculpa, eu só... Fiquei um pouco tonta.
- Você quer uma água? Vamos para dentro, eu te coloco na sua cama.
Não! Ele realmente era a pessoa mais ingênua da face da Terra.
- Relaxa, já estou melhor... Eu só quero te dizer uma coisa.
- Diga.
Ela podia ouvir o coração martelando cada vez mais rápido. A mão que segurava a maçaneta estava muito suada. Ela tomou fôlego e coragem.
- Suas chaves estão em cima do sofá.
- Uou, valeu, já estava entrando em pânico. – ele passou por ela e entrou no apartamento vazio, e voltou quase em um segundo, enfiando a chave no bolso.
Ela deu um sorriso sem graça.
- O que seria de você sem mim, hein?
- Acho que eu não seria ninguém. – e deu um beijo demorado na bochecha da melhor amiga.
- Ah! Você não pode sair nessa chuva assim, pode ficar resfriado!
- Obrigada, mamãe.
- Cala a boca. Vou pegar um casaco para você cobrir a cabeça.
- Não precisa, sério mesmo.
- Tem certeza? – ela indagou, arqueando as sobrancelhas.
- Claro que sim. Já vou indo.
Deu mais um beijo de despedida e saiu.
Quando ela fechou a porta, teve vontade de gritar: Na verdade, não esqueceu só das chaves! Esqueceu de mim! Fica comigo e me leva para longe daqui.
Mesmo que ela gritasse, ele já teria entrado no elevador.
Lá fora, antes de entrar no carro, ele pensou:
Quero teu casaco. Quero casaco teu. Quero casar contigo.


O jogo do contente

Quem nunca teve um dia ruim? Quem nunca acordou com muitos problemas para resolver, com algum problema de saúde, ou simplesmente de mau humor? Dias ruins. Eles são a dificuldade e o motivo de ira de algumas pessoas. Em um mesmo dia, várias pessoas morrem, várias perdem o emprego, várias se divorciam e várias são assaltadas. Não de um de modo majoritário, mas ainda assim, são várias. O “amanhã será outro dia”, nem sempre é lembrado. Ou simplesmente não é tomado como uma possibilidade pela maioria das pessoas. Dias ruins. Todos têm, mas quase ninguém consegue administrar. Dias ruins. Exige paciência, que é justamente o que falta hoje. As pessoas não podem esperar alguns minutos na fila de um banco, ou em um engarrafamento. Todos os dias, milhares de pessoas vão para a fila do banco para pagar contas. É notório que haverá mais clientes que funcionários, e é notório que o atendimento será lento, assim como o trânsito. O que falta é compreensão. Hoje, qualquer coisa, até mesmo uma só palavra pode mudar todo o dia de alguém, e na maioria das vezes, para pior. Quem nunca leu o clássico Polyanna, de Eleanor Hodgman Porter, não sabe, obviamente, jogar o jogo do contente. O jogo do contente é o jogo da menina Polyanna, que consiste em ficar contente a qualquer custo. Não importa se a situação é boa ou ruim, o objetivo é sempre encontrar um motivo para ficar contente. Não se deve, portanto, exigir-se mais do que se pode ter. Não se pode ter mais do que se precisa ter, quando muitos queriam ter pelo menos a metade. As pessoas que se estressam por nada na fila do banco ou no trânsito, são pessoas, em geral, que trabalham, têm uma vida estável, têm poder aquisitivo. E sempre reclamam daquilo que têm. Já as pessoas carentes, que vivem da simples e honesta caridade dos outros, sabem jogar o jogo do contente muito bem. Se essas pessoas não têm roupas para vestir, ficam contentes por ganhar roupas usadas e já muito velhas. Se essas pessoas não têm o que comer, ficam contentes por receber o alimento mais recusado pela alta classe, e por ela, considerado indigno de ser ingerido. As pessoas deveriam jogar o jogo do contente, ou, pelo menos, saber que ele existe. Assim, elas seriam mais gratas pelo que têm, e não achariam que a vida é uma droga somente porque demoraram a serem atendidas em um banco ou se atrasaram para um compromisso por causa de um engarrafamento. Aquela pessoa que sabe jogar o jogo do contente fica feliz por estar na fila de um banco, o que indica que tem algum vínculo com o dinheiro. Ou por estar em um engarrafamento, por ter um carro. Parece um absurdo ficar contente por tudo, mas jogar esse jogo, aparentemente, aplausível, melhoraria bem o humor das pessoas, ajudaria nas relações interpessoais e a sociedade seria mais madura e otimista para tomar decisões, fazer planos, e enfrentar problemas. Mas infelizmente, a sociedade reclama por tudo, e acha que a culpa é sempre alheia. Precisa-se de sorrisos. Precisa-se de “bom-dia”, precisa-se de humor. Precisa-se que saibam jogar o jogo do contente. Dias ruins todos têm. Mas ainda que ruim, é um dia. Mais um dia de vida. E só isso já é motivo para ficar contente. O mundo será melhor quando as pessoas aprenderem a jogar esse jogo. Como diria Renato Russo, “Quem me dera ao menos uma vez, provar que quem tem mais do que precisa ter quase sempre se convence que não tem o bastante e fala demais por não ter nada a dizer”.
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